No passado dia 16 de Agosto realizou-se o 2º Convívio de pesca de Gentias, integrado nos festejos anuais desta localidade, organizado pela jovem comissão de festas e ajudados pelo pessoal da Bordinheira, contou com participação de 50 pescadores para mais um dia de pesca, de boa comezaina e copofonia.
Aproveitando mais uma vez o bom tempo de verão dediquei-me apenas a ajudar o meu filho nesta jornada onde contamos com a companhia do meu pai.
O júnior tinha objectivos bem traçados, queria ficar à frente do avô, a jornada acabou por se revelar pouco produtiva devido ás más condições do mar, que estava agitado, turvo e bastante sujo de limos, já para não falar da forte nortada que se fez sentir.
A pescaria foi iniciada na Ursa à bóia com recurso a engodo de sardinha e iscando beliscos da mesma, passadas 2 horas sem um único toque de peixe fomos batendo todos os buraquinhos até Cambelas mas o peixe não andava por ali, apenas uma tainha que depois de ferrada acabou por soltar-se já aos pés.
De regresso ao ponto de partida, agora com a maré completamente vazia e já praticamente no final da prova foi com muita alegria que conseguiu desgradar com uma tainha.
Sem ter conseguido atingir o objectivo inicial pois o avô tinha tirado 3 peixes, 2 tainhas e um sargo, restava subir a arriba para nova desforra mas no saboroso frango caseiro guisado com ervilhas e batata, que nos esperava para o almoço.
Na entrega do pescado constatou-se que a falta de peixe tinha sido geral, coube-me a mim realizar a pesagem que ficou marcada por mais uma daquelas situações que deixam duvidas e estraga o bom ambiente que se pretendia, depois de abrir um saco com um robalo, pego no peixe e constatei logo que se encontrava estranhamente mole, pouso-o na balança que marcava 0,870kg, a desconfiança pairou no ar, «O peixe teria sido apanhado hoje?».
Depois de colocar a duvida, analisamos mais atentamente o peixe, as gelras aparentavam cor avermelhada, foi o que o safou, pois todos os restantes sinais indicavam o contrario, pontas da barbatanas secas e os olhos apesar de vivos não tinham aquele brilho característico de frescura.
Na minha opinião o pescador tinha sido desclassificado por apresentar peixe em mau estado de conservação, mas não tendo total certeza, coube à organização o aval final, que para não estragar o dia de festa acabou por aceitar o peixe.
Depois da classificação feita, quis o destino ironicamente atribuir a vitória ao Nelson Oliveira o pescador do dito robalo, totalizando 3480pts.
Em 2º lugar ficou Victor Silva com 3320pts, na minha opinião o justo vencedor e a fechar o pódio o sr Braga com 3280pts, para eles os meus parabéns.
O prémio de maior exemplar com uma tainha com 890grs e maior quantidade com 3 peixes couberam ambos ao meu pai Joaquim Franco.
O júnior ficou em 14º e penúltimo lugar dos que apanharam peixe com 950pts, os restantes 35 pescadores gradaram o que demonstra bem a escassez de peixe na costa neste dia.
Resta-me dar os parabéns pela boa organização e deixar uma mensagem a todos os participantes de convívios de pesca, conservem o peixe em boas condições a fim de evitar estas situações de mau estar pessoal e no grupo, pois o principal motivo da participação nestes tão salutares convívios é a amizade e camaradagem, esses são sem duvida os melhores prémios que recebemos.
A meu ver as vitórias ficam para 2º plano e se forem pouco honrosas ficam para ultimo plano, pensem no significado do prémio que se ganha de forma desonesta e logo chegam à conclusão que não tem nenhum valor.
Um abraço a todos e bons lances.