Este espaço destina-se à divulgação da pesca, em especial da pesca à bóia, spinning e da pesca de competição, onde relato as minhas pescarias e aventuras na região Oeste

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quinta-feira, 28 de maio de 2015

O dia D.....

Bom tinha parado o relato na parte da festa da Ponte do Rol, já eram perto das 4 da manhã de domingo, saio da festa vou até casa para dormitar uma horita.
Mas não estava bem, a cabeça a pensar na pesca, tinha de montar 2 canas para aproveitar ao máximo as 3 horas iniciais da pesca, que seriam quanto a mim as melhores e mais produtivas, ia fazer uma directa, sem dormir um minuto que fosse.
Voltei a casa do meu pai, vesti a farda de pesca, mala às costas e as 2 canas na mão, deixo um recado na mesa da cozinha, «Já levei as coisas, apenas tens de levar o engodo e isco que está no quintal, o resto tenho comigo».
O engodo já tinha sido tirado para a pescaria de sábado, como não foi utilizado, já estava mais que descongelado, o isco era sardinha que também já tinha sido descongelada para a mesma pesca e tinha voltado para o congelador.
Tinha ficado tudo combinado, o meu pai apanhar o Juan no hotel, pois eu teria de estar no clube para receber os participantes, tratar das inscrições e receber pagamentos, 2kms a pé até à Bordinheira, por volta das 5 da manhã estava lá, sem material preparado, tinha de o fazer antes de começar a chegarem os primeiros participantes.
Como de costume preparei 2 canas, uma com fio mais grosso, 0,18mm e bóia de 7grs, e outra com fio mais fino, 0,16mm e bóia de 3grs, entretanto chega o pessoal responsável pelo pão e começam a acender os fornos, pão caseiro para a malta não pode faltar.
Como podem ver isto de organizar convívios dá muito trabalho, só com uma grande equipa de trabalho se chega a bom porto.
Os primeiros participantes começavam a chegar, inscrições de ultima hora e a azafama do costume, despachar papeladas e pagamentos de quase 230 pescadores é obra, mas com uma boa equipa tudo se resolveu.
Não houve tempo para conversas matinais e prognósticos como tanto gosto.
Faltou tempo para receber alguns dos pescadores como deve ser, principalmente aqueles que convidei, que pela 1ª vez participavam num convívio destes e não sabiam muito bem como funcionava, para eles um pedido de desculpas.
Tudo a postos para o sorteio, começavam a sair os primeiros pescadores para o mar, eu fui quase dos últimos a sair, mas sem stress, para mim tudo o que se tinha passado até agora já era uma vitória, superamos largamente a faixa dos 200 pescadores, foram precisamente 228.
Tinha como companheiro de pesca e adversário(he he he...), um pescador que veio de propositadamente da Suiça para pescar e conviver connosco, tudo isto já era uma vitória, a juntar a isto muitos outros pescadores que vieram através do conhecimento e divulgação que faço no blog, a quem agradeço muito.
Finalmente lá arrancamos para o pesqueiro, eu o meu pai e o Juan, pensando no tipo de pesca ao pião do Juan, optei por descer na Ursa, de modo a que tivesse a pescar em cima de uma pedra alta em segurança, com alguma fundura de agua onde pudesse pescar sem molhar os pés e quem sabe matar algum peixe.
Foto: José Caetano
Chegados à descida para o spot, estava lá o companheiro António Mesquita Guimarães com a sua companheira, tinha dado com o pesqueiro que lhe aconselhara, estavam também muitos mais carros de pescadores que já tinham descido, calmamente preparamos a descida, para o Juan não foi fácil, a idade não perdoa, mas lá chegamos a baixo, o pesqueiro estava lotado e um pouco areado para o meu gosto, perguntei ao Juan se ele se importava que o deixasse ali e fosse procurar um canto mais sossegado, ele como competidor disse animadamente, «Hoy no nos conocemos», posto isto lá fui eu.
Mirando a norte, olho para Porto Chão e não via quase pescadores, pensei é mesmo para lá que vou, desço a pedra da Ursa, onde estava o António Guimarães um pouco desorientado, não conhecia a zona, troquei mais umas impressões e tentei ajudar como sempre faço.
Depois disto fui andado,  cheguei ao pesqueiro, já alguns estavam a pescar, preparo o engodo, uns filetes de sardinha na caixa à cintura, optei pela pesca mais fina, cana com fio 0,16mm e bóia de 3 grs, com tudo a postos vou para a Pedra do Saltadouro, pesqueiro que sei como funciona bem com o mar que estava.
Depois de engodar bem, comecei a pescar, depressa os sargos deram sinal, muito peixe miúdo a desiscar, alguns ferrados e devolvidos, volta e meia lá vinha um com medida para o saco, o peixe estava bem manhoso, o vento soprava da terra com alguma intensidade, quando assim é por norma os peixes ficam manhosos e comem mal.
Com a maré a virar lá continuei na mesma toada, nada de extraordinário, mas lá ia caindo um ou outro peixe com mediada, algumas tainhas, e mais uns sargotes, já com o mar a sacudir-me de cima da pedra, ferro um bom sargo que após umas arrancadas acabou no saco, novo lance e mais um idêntico, desta feita desferrou, não dava mais para lá estar e fui mesmo obrigado a recuar.
Já com a pesca bem encaminhada com 12 peixes na lata, o animo estava em altas, pois contava fazer mais uns 2 ou 3 peixes no pesqueiro atrás do 1º, mas incrivelmente nem um toque senti, nova mudança de pesqueiro, e mais uma vez sem resultados.
Como não sou de desistir, fui em busca de algum peixe mais a norte, por trás do Penedo do Zé Russo, perto do meu pai, a pescaria aproximava-se do final e com pouco mais de uma hora para pescar lá consegui ainda matar mais 4 peixes, uma tainha e 3 sargos.
Como estava longe do carro, deixei de pescar 20 minutos antes do final, e pus-me a caminho, satisfeito com a pescaria, no total tinha 16 peixes, 5 tainhas e 11 sargos, quando cheguei ao carro lá estava o Juan, olhou para a pesca e disse que era para ganhar, ao pé dele apenas tinham saído 2 ou 3 peixes, eu achava insuficiente, mas???
O meu pai e o Juan não conseguiram safar a grade e ficaram a zeros, não podia deixar de tirar algumas conclusões sobre o tipo de pesca do Juan, aqui não resulta, pelo menos daquela maneira, cada zona tem as suas características e maneiras diferentes de pescar, a maneira que pesco aqui não se aplica noutros pontos do país, ao longo de algumas pescarias que realizei fora desta zona já tirei essas conclusões.

Agora era seguir para a sede da Bordinheira, entregar o peixe e saber dos resultados dos outros pescadores, com o tempo a passar, não se vislumbrava grandes sacadas de peixe o que me deixava com boas hipóteses de ganhar.
Depois da pesagem feita era hora de saciar a fome, todos bem instalados, com o estômago já forrardo com as entradas, ainda veio uma sopinha, um serrabulho e o porco no espeto, para terminar uma panóplia de doces e frutas, um café e um digestivo acompanhado de uns dedos de conversa com alguns dos participantes.

De volta ao trabalho, pois ainda faltava a entrega de prémios e sorteio das rifas, nesta altura eram afixadas as classificações, confirmava-se, o Juan tinha razão, acabei por ganhar, totalizando 10960pts, tendo capturado 16 peixes, mas apenas 12 pesaram, ganhei também o prémio do maior numero de exemplares.

Em 2º lugar ficou o Mário Alves, do Independente com 9700pts, a fechar o pódio ficou o David Alexandre, do Gap Magoito, com 7070pts, para eles os meus parabéns.

Nas senhoras a vitória sorriu à Cátia Andreia com 540pts, já nos júniores o Duarte Franco, foi o único que apanhou peixe e ganhou com 410pts.

Por clubes ganhou o Gap Magoito e por equipas o Independente saiu vencedor.

O maior exemplar foi um robalo com 1,705kg capturado pelo Tiago Antunes.
A festa continuou noite fora, o Benfica sagrou-se campeão, ajudando a animar a maior parte dos participantes, eu não podia estar mais contente, não só pela vitória do Benfica, nem tanto pela minha, mas acima de tudo pelo sorriso e alegria do Juan, completamente à vontade, parecia que esta era a sua casa, plenamente integrado, isto sim é muito mais que uma vitória, veio da Suiça até cá, nem um peixe apanhou durante toda a sua estadia, mas obviamente que não podia sair de Portugal de mãos a abanar, sem duvidas que estava mais que satisfeito com tudo, valeu a pena ter vindo, o sorriso não engana.

Quero deixar uma nota de agradecimento, para todos os que tornaram este convívio num sucesso, todos os participantes, todos os patrocinadores, mas acima de tudo a esta excelente equipa de trabalho que apoia a secção de pesca da Bordinheira e faz de tudo para que não falte nada, e que no final todos saiam satisfeitos, com vontade de voltar para o ano, na companhia de mais um colega.
Depois de todos os participantes terem ido embora, o meu anfitrião, que adorou a comida portuguesa, fez questão de irmos jantar ao restaurante(como se eu tivesse fome), queria comer mais uma dose de bacalhau he he he.
Lá fomos, foi um jantar de família, o Juan assim fez questão, tinha lembranças para toda a família, chocolates suíços, em especial para o Franco Júnior fardamento para a pesca, foi uma despedida em grande.

Na 2ª feira o Juan partiu para a Suiça, tinha voo marcado às 11 da manhã, eu tive de ir trabalhar e não o pude deixar no aeroporto, mas um colega encarregou-se de o fazer por mim, às 9 da manhã estava à porta do hotel para o apanhar, depois de entrar no carro, sabem o que disse?
- César onde podemos comer Bacalhau ou um polvinho?
- A esta hora em lado nenhum!!! respondeu o César.
He He He.....
Obrigado por tudo Juan, e Mikaela também, grande momento, grande historia de vida, dificilmente vou esquecer, agora sentado no sofá, porque ainda não acabaram, a cada pedaço de chocolate que como, ainda desfruto deste magnifico fim de semana, mas quando acabarem cada vez que comer um chocolate virá à memoria esta jornada épica.  
Esta assim concluída esta jornada, com um relato enorme, mas a situação assim o pedia, este domingo à mais pesca, espero que haja muito para contar, posso dizer que vou andar por mares desconhecidos, vou ao convívio da Amieirinha, Marinha Grande, depois conto tudo.
Abraços e Bons Lances.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Nuestro hermano Juan Antonio Nanclares

Pois bem caros leitores, após digerir bem todos os acontecimentos do fim de semana passado(15 a 17 de maio), agora que tenho alguma disponibilidade, vou relatar hoje uma das historias relacionadas com a pesca, por mim vivida, que ficará gravada na minha memória para sempre.
Como bem sabem, sou um pescador sem segredos, gosto de partilhar tudo o que sei a outros pescadores sem receios, nos meus relatos conto tudo, pesqueiros, iscas, horas de maior actividade, etc....., gosto de demonstrar o desenrolar de toda a jornada piscatória, não só a parte final em que contabilizamos os resultados, pois para mim a pesca é muito mais que apanhar peixe, como já o referi noutras ocasiões.
Por ser um livro aberto, recebo alguns convites de pescadores que querem vir partilhar uma jornada de pesca comigo, aceito prontamente desde que tenha disponibilidade para tal.
À coisa de um ano e tal, recebi um email do Juan Antonio Nanclares, um dos meus desconhecidos seguidores do blog,  veterano pescador espanhol de bóia(pião), de San Sebastian, País Basco, queria combinar umas pescarias em Portugal comigo, pois identificava-se com o tipo de pesca que faço, com a minha historia de vida na pesca, no mail escreveu o seguinte:
  «Un gran saludo sufridor,soy juan antonio,gran y viejo aficionado a pesca a boya,te sigo tus andanzas por estas costa y me gustan mucho, me gustaria pasar unos dias de pesca por esa zona, no la conozco, te pregunto si hay posibilidad de encontrarnos e intercambiar nuestras experiencias y tecnicas de pesca,para sria un honor pescar contigo y conocerte,espero tu respuesta y buenos dias y buena pesca.»
 Eu prontamente aceitei e lhe disse que poderíamos combinar algo, coisa que não chegou a  acontecer  logo na altura, por motivos de grave doença do Juan.
Após quase um ano sem troca de mails, voltou a contactar-me, de momento estava a viver em Genebra, na Suiça, como já estava melhor de saúde gostaria de cá vir passar uns dias, conhecer-me, pescar e partilhar conhecimentos, prontamente aceitei e disse que sim, no email, escrito já noite dentro, referi que uma boa altura seria o fim de semana do grande convívio de pesca da Bordinheira, pois ia gostar do convívio e toda a sua envolvência.
Na manhã seguinte vou ao mail e já tinha a resposta:
 «Hola, como estas?
 Por tu informacion yo llego a Lisboa, dia 15 Maio a las 7h55 - procedente de Ginebra, easyjet., retorno el lunes dia 18 a las 13h, tengo los billetes.
Te tengo que preguntar que zona o sitio es por ti mejor, para que yo coja un hotel, en Torres o fuera de la ciudad ,  a donde ?
Un gran saludo, Juan»

Pensei cá para mim, não pode, ainda ontem mandei o mail e poucas horas depois já comprou os bilhetes, grande maluco este homem, fiquei curioso e fui pesquisar algo mais na net sobre esta personagem.
Juan Antonio Nanclares, participou em competições, escreveu para revistas de pesca durante alguns anos e realizou alguns videos para o canal Caça e Pesca, é um grande especialista na pesca ao sargo em torno de San Sebastian, e até mesmo na própria cidade, foi várias vezes campeão de Euskadi no tipo de pesca á bóia de pião, como vêm neste video  Pesca de Sargos em Bermeo, Espanha
Após a confirmação da sua chegada, lá combinamos as coisas, não ia ser fácil pois tenha conjugar a vida laboral, familiar e tinha também de ajudar na organização da prova, ia ser uma grande correria, mas tinha o dever de receber bem, acompanhar o Juan o melhor possível, desde a sua chegada até à sua partida, garantindo que deixava Portugal satisfeito com a experiência. 
Chegava o dia de conhecer este grande pescador, e trocar a língua portuguesa pelo espanholês ou francês, ia ser bonito ia he he he.
Tirei a sexta de férias, o meu pai por coincidência também estava de férias e fomos buscar o Juan ao aeroporto de Lisboa.
Aquele misto emoção, curiosidade estava perto de acabar, eu levava uma folha com o nome dele, típico de quem vai buscar alguém que não conhece ao aeroporto, hora combinada lá veio ele ter connosco.
O primeiro impacto não foi o esperado, da maneira como estava bem vestido, apenas com uma pequena mala de mão, muito bem educado e simpático, não se parecia nada com um pescador he he he.
A caminho de Torres Vedras, lá travamos os primeiros diálogos, a conversa fluía normalmente, logicamente a primeira impressão caia por terra.
Juan revelava-se um verdadeiro pescador, conhecedor destas andanças, pessoa muito culta e simpática deixando-nos completamente à vontade.
O programa pensado para este primeiro dia era, descarregar as malas no hotel, mostrar a cidade, realizar uma visita pela orla costeira do Oeste, tratar de prepara os engodos, iscas, materiais para a pesca e provar algumas das iguarias gastronómicas típicas.
Para começar bem, como manda a tradição do bom português, nada se faz sem comer primeiro, lá fomos comer uns típicos pasteis de feijão, numa das mais antigas pastelaria da cidade, a Pastelaria Brasão, para depois começar o trabalho propriamente dito.


Uma rápida visita pelo magnifico mercado municipal da cidade, para ver iscos, eu sou suspeito para o afirmar, mas do que já vi em Portugal, este é um dos melhores no que toca a qualidade de produtos, um dos mais bem organizados do pais, vale a pena visitar, espaço muito agradável, aqui pode encontrar preço, qualidade, produtos tradicionais e caseiros.

Depois desta rápida visita, fomos ver o mar, desde Porto Novo até à Praia Azul, muito vento, mar muito escangalhado, e mexido, deixava poucas perspectivas para grandes pescarias, mas havia que tratar dos engodos para 2 dias de pesca que se seguiriam.
Depois de uma breve passagem pela Bordinheira, para dar a conhecer o clube e pessoal amigo que por lá se encontrava, fomos comprar algum material em falta, anzóis maiores e de argola 1/0, pois não utilizo deste tipo, batentes para pião e destorcedores, o resto tinha lá por casa e chegava para desenrascar o Juan.
Depois de uma valente almoçarada, mãos à obra, fazer uma lata de engodo, bem grossa e pastosa à moda do Juan, com alguns segredos especiais, tais como acrescentar pão ralado, estava feito, colocar no congelador, para não fermentar, tudo preparado para ir realizar uma pescaria na manhã seguinte, e muita curiosidade para ver como corria.

Mas o dia ainda estava longe de ter terminado, faltava uma animada jantarada entre pescadores noite fora, havia que mostrar ao Juan a boa gastronomia do pais, um bom bacalhau, e umas belas espetadas de carne, com um bom vinho do Oeste para acompanhar.
Depois de uma grande noite, já com as baterias carregadas, era hora de descansar para o dia seguinte ir ao mar.
Amigos eu sei que não devia ter pescado no sábado antes da prova, pois é proibido, mas nesta ocasião tive de infringir os regulamentos, o homem estava cá para pescar e tinha de aproveitar o pouco tempo que cá estava para o fazer, assim por volta das 9 horas estava a apanhar o Juan no hotel, fomos procurar pesqueiro fora da zona da prova de domingo, com a maré quase cheia, e algum vento, não foi fácil arranjar local para pescar, São Lourenço, do lado Sul da praia foi o que mais agradou ao Juan e ai apostamos.
Depois de ele preparar o pesqueiro e material à sua maneira, eu fiquei a apreciar e ver como tudo se fazia, quando chegou à parte da isca, camarão inteiro com casca, colocado num anzol 1/0 com empate 0,35mm, pensei logo, em Espanha só pode haver muitos sargos, e dos grandes.
Disse-lhe logo, assim não vais apanhar nada, pelo menos tens de descascar o camarão, os sargos portugueses são mais finos e calões, temos de lhes dar a comidinha na boca, sem espinhas, peles, cascas e mesmo assim às vezes não querem he he he.






Bom, depois de ele começar a pescar, fui eu montar a minha cana, com a tradicional montagem que costumo fazer, com fio mono-filamento 0,18mm, apenas alterei a bóia para uma maior, 10grs e um anzol um pouco maior do que costume.
Por ali estivemos umas 3 horas a pescar, ele sempre no mesmo ponto, eu não aguentei e fui uns metros ora à direita, ora à esquerda, o resultado não foi positivo, sargos nem vê-los, o Juan ficou em branco e eu apenas consegui apanhar uma salema.

Como estava na hora de almoço, arrumamos as tralhas e fomos procurar almoço, como o Juan tinha ficado fã de bacalhau, pediu-me para pararmos num restaurante para comer novamente, como existem mil e uma maneiras de comer bacalhau, desta vez foi à lagareiro, estava divinal.
Eu estava contente, mas o Juan irradiava alegria, dizia que estava a adorar tudo, para um homem de 68 anos que passou pelo que ele já passou, estes acontecimentos faziam voltar a trás no tempo e sentir-se mais novo, faziam relembrar da sua juventude e de quando começou a pescar com seu pai, afirmava que gostava imenso de ler os meus relatos do blog, que a minha historia de vida na pesca é muito semelhante à sua, que lhe trás muitas e boas memórias.
Tal como eu costumo dizer, pescar não é um simples acto de apanhar peixe, é a fusão de tudo, preparativos, pescar, mas acima de tudo as emoções e sentimentos que dai vem, o antes, o durante e depois da pesca, o todo é a verdadeira essência deste desporto .
O dia chegava ao fim para Juan, estava estafado, tinha de descansar e comprar presentes para levar para a Suiça, para a sua esposa Mikaela.
Quero agradecer a Mikaela, o magnifico presente de aniversário que ofereceu ao Juan, pois é leitores à esposas assim, esta senhora ofereceu ao marido, uma viagem a Portugal durante 4 dias, para ele vir pescar, com uns desconhecidos, espero que tenha superados as expectativas e que no mínimo, ele tenha chegado ai uns 20 anos mais novo, obrigado por esta oportunidade de conhecer um grande homem e pescador.  
Se para Juan, o dia terminava, para mim o dia estava longe do fim, durante a tarde, tinha de ir para a sede da Bordinheira, ajudar na organização do convívio, tratar da parte das inscrições até altas horas da noite.
Por acaso com a ajudada de outros camaradas, correu bem melhor e mais rápido que nos anos anteriores, à meia noite estava despachado, dando tempo para ir umas horinhas com a minha esposa à festa anual de minha terra, Ponte do Rol, beber uns canecos com os amigos e dar um pezinho de dança, grande festa, para quem não conhece vale a pena vir até cá um dia.
Foto by: Banda Xeques Orquestra

Como este relato já vai bem longo e a historia ainda vai a meio, vou parar por agora, contarei todo o resto da história no relato seguinte.
Assim sendo companheiros, não percam as cenas do próximo capitulo brevemente.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Concurso de Pesca Clube Recreativo Amieirense Marinha Grande (Leiria)

Para mudar de ares, vou a este convívio da Amierinha, na Marinha Grande, a zona de pesca é completamente desconhecida para mim e vou à aventura, o convite foi-me feito pelo grupo de pescadores deste clube, tudo malta 5 estrelas, aproveito para divulgar o evento.
Publicarei depois o relato desta aventura.
Abraços e bons lances a todos.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Treinando para o grande convívio

Pois bem pessoal, o tempo não tem sido muito para as pescas nem para o blog, alguma agitação laboral, e também o ultimar dos afazeres, para o grande convívio anual de Pesca na Bordinheira, que se vai realizar este domingo, tem roubado algum tempo para a actividade.
Claro que fui matar o vicio nestes 2 últimos fins de semana, os relatos vão ser feitos ao ritmo com que a minha vida está neste momento, em passo acelerado e sem grande pormenor.
A 1ª pescaria foi realizada à praticamente 15 dias, numa noite em que ia apostar forte no spinning sozinho, a embriagem do carrete pregou-me uma partida logo no inicio da pesca, moeu o parafuso fazendo com que ficasse completamente e permanentemente desembriado não dando para pescar. Mudança de planos, como levava o material de bóia e algum engodo, para fazer uns lances depois do amanhecer, lá fui tentar apanhar uns peixes no molhe da Ericeira, a pescar virado para norte, mesmo ao canto da praia do Algodio lá consegui enganar 4 sargos e uns carapaus bem grandes, não foi mau.

Este passado domingo, recebi um convite de um colega, para ir fazer uma pescaria de bóia no litoral Sintrense, e lá fomos, a pescaria foi realizada na Ribeira da Mata, pesqueiro que desconhecia, bem complicado por sinal e que não faz muito o meu estilo. 
Pesqueiro fundo com muita pedra e nem um bago de areia onde por os pés, ideal para mar manso, coisa que não estava, volta e meia formava vagas bem grandes, que não nos deixavam pescar descansados e em segurança, ainda levei uma porrada de uma onda que me fez desequilibrar caindo da pedra, felizmente não me aleijei.
Ao romper do dia já lá estávamos, para aproveitar as 2 ultimas horas de enchente, com uma pesca mais forte que o normal, bóia de 6grs e fio 0,20mm, pesqueiro engodado, bem engodado, até demais, que este meu colega só esta bém a mandar engodo em barda ;) 
Lá começamos a sentir os primeiros toques, eu tiro uma baila e ele nada, depois tiro mais um sargo e ele nada, lá ferra 2 peixes mas ambos partiram.
Depois apareceram as salemas, lá está o bem engodado demais que vos falo, grandes burras a darem uma luta brutal, todas devolvidas ao mar, eu fartava de lhe dizer para por menos engodo, mas o sacana não aguenta sem mandar umas colheradas.
Ele finalmente começava a acertar com as ferragens e tirava o seu 1º peixe, uma tainha, eu lá ia tirando um sargo quando falhava o engodo, ele só tainhas e salemas, nisto ferro um bom peixe, uma arrancada bem forte mar dentro, uma pausa, fizeram-me pensar logo num bom robalo, nova arrancada mas desta feita para terra, nada podia fazer tentei segurar mas não dava, foi até partir o fio certamente por roçar na pedra, desiludido por perder o peixe, nem sequer o consegui ver, mas robalo não era, fica a duvida.
Já com a maré a virar lá ia tirando mais um sargo e safia de vez em quando, o meu colega continuava a fazer a limpeza do pesqueiro, salemas e tainhas era com ele he he he....após apanhadas iam sendo devolvidas
 Estava fulo, só dizia que eu era bruxo, que o agoirava, por isso não apanhava peixe de qualidade, só apanhava peixe reles, 
Mais para o final da pescaria, já com o mar mais forte e a levantar muita areia do fundo, ferro novamente um bom peixe, comportamento igual ao do outro peixe grande, nada consegui fazer dele e acabou por partir de semelhante maneira. 
Também não consegui ver o que era, mas quase de certeza que eram douradas, o pesqueiro estava propicio para elas, pois o fundo estava bastante areado com areais novas, era hora de ir procurar o almoço e demos por terminada a pescaria, eu ainda safei uns peixes ele não conseguiu trazer peixe para casa, à dias assim!!! 
Agora é esperar por este domingo, para ver como corre o Grande Convívio de Pesca da Bordinheira, aproveito ainda para vos convidar a participar nesta grande festa, vem juntar-te aos 200 pescadores esperados, passar um dia bem agradável com muita e boa comida, aqui fica o cartaz com os contactos e horarios, alguma duvida é só entrar em contacto comigo por email que esclareço.
Abraços e bons lances

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Final feliz!!!

Este passado domingo deu à costa na praia do Navio, em Santa Cruz, um cachalote bebé, com a ajuda de algumas  pessoas que por lá estava, ajudaram e conseguiram salvar o animal, que foi levado para um centro de recuperação na Figueira da Foz.

Fotos: Jorge Costa Alves

Foi um final feliz, á quase 2 anos anos na praia Azul, a uns escassos 2km de Santa Cruz, se presenciou situação idêntica, mas com desfecho trágico, desta vez parece ter corrido bem.
Fica a constatação, do facto destes acontecimentos começarem a ser recorrentes, sinal que algo vai mal no ciclo destes animais.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O peixeiro passou cá por casa ;)

Estava eu descansadamente em casa a usufruir de uma semana de férias, quando depois de almoço toca o telemóvel, atendo:
-Olha, olha o peixeiro César, conta coisas pá?
-Já acabei a venda e vou ao mar agora mesmo, fazer o final da tarde à bóia, queres vir?
-Não tenho carro disponível, nem engodo e isca preparada, para te fazer companhia.
-Não te preocupes pois tenho que chegue para os 2, posso passar por ai e dou-te boleia.
Não podia recusar o convite, com todas estas condicionantes e em poucos minutos tinha o peixeiro à porta de casa, para irmos fazer uns lances.
Com o mar com boas condições a escolha do spot ficou por conta do César, fomos para um dos seus pesqueiros de eleição, a Assenta.

Depois de engodar o pesqueiro cá atrás, passar quase a nado para a pedra, nada melhor para iniciar a pesca que um bom robalo a levar fio, depois de algumas arrancadas e boa luta coloco o 1º peixe a seco, continuamos a bom ritmo, com os sargos e algumas salemas a proporcionarem boas investidas, tivemos de reduzir a cadência e quantidade de engodo para tentar não atrair tanta salema.
Após 4 horas de labuta o resultado era bastante satisfatório, uma boa sargalhada, coisa rara por estas bandas ultimamente, parece que começam a dar sinal de querem encostar.
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