Após alguns meses sem publicar, por vários motivos, decidi voltar ao activo e continuar a dar vida a este espaço de partilha.
Para recomeçar nada melhor que colocar alguma lenha na fogueira, claro que a carapuça fica para quem a enfiar, já que vou dissecar um tema bastante peculiar e corrente dos pescadores dos dias de hoje, em especial dos mais ligados às novas tecnologias do mundo da web.
Nos dias que correm, após as jornadas piscatórias é natural e normal que os pescadores as fotografem, relatem e que as partilhem em blogs, fóruns ou no facebook.
Para alguns é uma forma de partilhar conhecimentos, para outros uma maneira de travar novas amizades com pessoal que se identifica com as suas publicações, para uma minoria apenas uma forma de enaltecer os seus feitos.
Eu pessoalmente gosto de partilhar tudo, sem segredos, sem hipocrisia, sem falsidade, considero-me um pescador mediano, que muito tenho ainda para aprender, sempre em evolução constante.
Gosto de pescadores que partilham seus feitos, exemplares de sonho, peixes de uma vida, todas as suas conquistas estoicamente alcançadas, com muito suor e dedicação, carregadas de mérito, com muitas horas passadas no mar, com um estudo aprofundado de todas as variáveis e condicionantes que tornaram possíveis essas capturas, muito tempo e dinheiro investido, tanto em material, como em deslocações ao mar.
A meu ver são pescadores idolatrados como Deuses, são verdadeiros Ídolos no mundo da pesca, tal é a regularidade com que conseguem tais feitos, publicam fotos vangloriando-se, inchados dos pés à cabeça, eu sentiria o mesmo certamente se os realizasse.
Mas é para mim muito difícil aceitar e tolerar a falta de humildade, de sensibilidade e acima de tudo a ganancia que demonstram, ficam chateados se perguntam como foi pescado, onde foi pescado, com que isca foi pescado, chegando mesmo a minimizar e ridicularizar quem o faz.
Gostam apenas de ser reconhecidos como grandes pescadores, verdadeiros filósofos piscatórios, novos ideologistas da pesca, pescadores que de lúdicos tem muito pouco, já que grossa parte do peixe capturado é para venda e não para consumo próprio, grande parte destes acham-se senhores donos do mar .
Esquecem-se de que quando começaram a pescar, pouco ou nada sabiam, foram aprendendo vendo outros pescadores, seus ídolos na altura, que lhes seguiram os passos, ouvindo aqui e ali alguns segredos e pesqueiros, uns de forma inconsciente outros nem tanto, que aprenderam lendo revistas de pesca ou pesquisando na Internet.
Após as suas publicações, ficam extremamente irritados ao verem os spots secretos invadidos por pescadores em busca do exemplar de uma vida.
Este é o preço a pagar pela fama, deviam conseguir viver com isso, adaptando-se da melhor maneira possível, ou então não publiquem nada, assim nunca os questionam, não os perseguem, ninguém os imita, nem lhes rouba os spots, bem sei que o termo roubar é uma palavra forte, mas muitos intitulam-se donos dos mesmos tal é a regularidade com que os frequentam.
Afinal de contas tornam-se vitimas do seu próprio ego, é o reverso da medalha, estas são as consequências do merecido reconhecimento.
Para finalizar deixo apenas uma citação muitas vezes mencionada por esses mesmos pescadores, «Os peixes já apanhados ninguém os volta a apanhar».
Abraços, bons lances e boas publicações.
Pedro, excelente artigo! Sem tirar nem pôr e nem mais nem menos! Conheço alguns dessa raça! Votos de boas façanhas piscatórias para os Deuses da Pesca. Abraço e tudo a correr bem.
ResponderEliminarGrande Pedro.
ResponderEliminarJá tive o prazer de pescar contigo, e deu para ver que és um amante da modalidade, concordo contigo plenamente, mas eu também escondo algumas coisas , ahahahahah, por exemplo eu não púbico no faceboock, prefiro 2 a 3 comentários de homens do mar do que 100 likes,lol, e 20 tentativas de pescar comigo, lol.
Força amigo, grande abraço.
Grande Pedro.
ResponderEliminarPalavras sábias estas que escreveste.
O mar é de todos e a net também, ao mar todos nós ligamos, á net só liga quem quer, no entanto é difícil ficar indiferente a tanta indignação mostrada por quem quer fama e proveito mas não quer pagar nada por isso.
Força aí e ver se fazemos outra noitada de spinning, desculpa da outra vez ter vindo embora sem me despedir de ti mas estava de rastos.
Grande abraço
Boas Pedro,
ResponderEliminarBem vindo de volta, mas ainda há pouco não tinhas ido dar uma mergulho à procura deles?!? :)
Nada melhor do que lá ir e fazer algumas experiências que às vezes batem certo outras vezes nem por isso... LOL
Quem semeia tolerância, paz e respeito, colhe inteligência, produtividade e harmonia.
Forte Abraço e aperta com eles
Amigo Pedro, concordando na maioria com o que tu escreveste, e tendo a noção que o pouco que sei adquiri na partilha de conhecimentos contigo ,com o João e outros. Não posso deixar de acrescentar aqueles que querem aprender e fazer muitas e grandes capturas sem nenhum esforço. Já ensinei o pouco que sei, a quem não se queria esforçar, levantar cedo e pescar em horários de estar a dormir, não investir em material, só querer levar peixe para casa e não compreender o prazer e privilegio de estar no mar a pescar, independentemente das capturas que se fazem. Esses gostam de se aproveitar do esforço e dedicação de alguns. Infelizmente Á artistas entre esse tipo de pescadores que tu falas, e entre alguns que se querem iniciar se esforço...Abraço amigo, temos que marcar a pescaria.
ResponderEliminarMuitos parabéns pelo texto Pedro!
ResponderEliminarDisseste tudo, e podes crer que a carapuça serve mesmo a muitos mais do que imaginamos...
Um abraço e bem vindo de volta!